segunda-feira, 12 de abril de 2010

Preservando o curió e sua historia



Boa noite queridos leitores.

Uma avezinha tão pequenina e de canto imponente e forte.

Esse é o curió. Um pássaro que encanta pelo valor musical e que cada vez mais, ganha adeptos iteressados em criá-lo.

Esses pequenos pássaros são originários do litoral sul paulista, mais precisamente, da cidade de Praia Grande, na Baixada Santista.

Na verdade, o curió é um pássaro selvagem, mas hoje é criado em cativeiro, desde que com a devida aprovação do IBAMA.

Com o passar dos anos, e com tantos adeptos surgindo, resolveram montar um clube, onde pudesse ser um ponto de encontro para troca de informações sobre essa ave e para a realização de torneios.

Surgiu então, o Clube dos Criadores de Curiós de Santos, em 13 de setembro de 1970.

Segundo o Sr. Walter, que é um dos sócios do Clube e grande conhecedor desse pássaro, os torneios de curiós são feitos para avaliar o melhor canto, pois o valor desse pássaro não está em sua beleza, mas sim no canto. Somente um criador sabe avaliar um bom canto de um curió e para que ele seja um bom cantor quando adulto, ele terá que começar desde cedo a ser treinado.



Só o macho canta, as fêmeas só gorjeiam, e por isso, fica muito fácil distinguir um macho de uma fêmea.



A fêmea tem as penas marrom claro e acastanhadas. Ela choca por 12 dias até os filhotes nascerem, e depois de outros 12 dias, os filhotes começam a largar o ninho para começarem a arriscar umas gorjeadas. Eles não devem permanecer ao lado da mãe, senão, não aprenderão a cantar.

Os filhotes devem ser colocados perto de seus pais, cantadores experientes, mas os criadores hoje, preferem usar um CD de canto de curió, chamado Praia Grande, e de nome Ana Dias, que é de propriedade de Olivio Nishiura, e que foi produzido para que os curiós atingissem total perfeição de canto.

Esse CD está à venda nas aviculturas e também no Clube dos Criadores dos Curiós, por um preço mais em conta que nos demais locais.

A obrigação do registro

Todo curió tem que ser adquirido de um criador, pois somente os criadores é que têm o registro de cada um no IBAMA.

Os curiós ao serem registrados, terão um número de anilha, o nome da mãe e do pai e se quiserem, podem ter um registro de um nome.

Ao comprar o curió de um criador, ele obrigatoriamente deverá lhe dar um documento que é a identificação do pássaro, com todos esses registros descritos. Essa será a sua segurança para ter a certeza que não está comprando uma ave ilegalmente e que isso pode acarretar em prisão inafiançável e principalmente, para mostrar que ela tem pedigree, e por isso, um valor mais alto, explica o Sr. Walter.



A lei e o ibama

O curió é um animal protegido por lei, seu comércio é ilegal mas sua criação não é. Esta ave tem sido aniquilada e está desaparecendo da natureza em conseqüência dos desmatamentos desenfreados, a poluição de rios e lagoas, e a ação de agrotoxicos presentes nas plantações. Veja o que diz o IBAMA sobre a criação de animais da fauna brasileira em cativeiro para finas comerciais A criação de animais da fauna brasileira em cativeiro para fins comerciais ou econômicos, previstos na Portaria IBAMA Nº 118-N e 117-N, ambas de 15/10/97. A criação e manutenção de animais silvestres em cativeiro para fins científicos, comerciais, educacionais e conservacionista é regulada através instrumentos legais que visam a normatização das atividades em consonância com as leis de proteção à fauna nativa.

A criação com finalidade comercial é normatizada pela Portaria nº 118-N de 15/10/97, sendo a comercialização regida pela Portaria nº 117 de 15/10/97. A utilização da fauna silvestre exige um plano de manejo e criação baseado em pesquisa e no real conhecimento de cada espécie em foco, assegurando assim, o sucesso reprodutivo, de crescimento, econômico e conservacionista.

A importância da vida silvestre para o homem tem-se acelerado a medida que a ciência adquire novas tecnologias em busca da melhoria da qualidade de vida das sociedades humanas. No entanto, a visão tradicional da valoração econômica aplicada aos recursos faunísticos encontra, em nossos dias, problemas de ordem ideológica defendida, principalmente, por aqueles que rejeitam a visão antropocêntrica de que a humanidade é o centro de tudo que tem valor e que as outras criaturas só têm valor enquanto nos servem. Nesse sentido, o manejo de fauna sob uma visão mais moderna leva em consideração não só argumentos econômicos, mas também, fatores relacionados à conservação da natureza. Nas últimas décadas, alguns criadores têm redefinido seu papel no mundo da conservação, não mais preocupando-se em simplesmente colecionar animais, mas também, de criar com fins conservacionistas.

Ainda assim, alguns pontos de discussão permanecem abertos, como problemas de ordem genética e comportamental dos animais criados em cativeiro em relação ao possível sucesso diante de uma tentativa de repovoamento em uma área natural. Seja qual for o tipo de criação e seus objetivos, a normatização das atividades, principalmente aquelas relativas à comercialização de animais vivos, assume papel primordial por reprimir a ilegalidade, o que traduz uma prioridade, se considerarmos que tal ilícito é fator de destaque quanto ao status de ameaçado de sobrevivência para muitas espécies de nossa fauna. Entre as muitas espécies de interesse para a criação, destacam-se aves canoras como bicudos e curiós, altamente apreciadas pela excelente qualidade do canto, associados à sua elegância e conhecimentos já adquiridos de manejo em cativeiro.

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