quinta-feira, 15 de abril de 2010

Mais uma vitoria.

Boa noite leitores.

Hoje chegaram mais duas fêmeas para reforçar o nosso plantel.
Em breve postaremos as fotos de nossas plantel.


Grato a sua atenção!

Vetorização ou ensinamento do canto

O resultado do melhoramento genético alcançado por criteriosos programas de seleção voltados para a habilidade de aprendizado de canto, voz e repetição tornou-se evidente nos últimos anos. A maioria dos planteis que busca o aprimoramento tem disponível genética favorável. No entanto, ainda é pequeno o número de curiós com excelente qualidade de canto. A questão da vetorização, ou ensinamento do dialeto que se pretende que o filhote venha a cantar, ganha especial importância para que se reverta esse quadro.


Acreditamos que o grande gargalo do desenvolvimento do canto clássico está na necessidade de combinar genética favorável com um adequado manejo no ambiente de criação, o que nem sempre é possível, principalmente para uma grande produção de filhotes. A necessidade de infraestrutura é grande e, normalmente, indisponível para a maioria dos filhotes.


A discussão sobre a idade com que um filhote de curió inicia o aprendizado do canto é interminável. Alguns afirmam que o aprendizado pode ser iniciado após a saída do ninho, com cerca de 13 ou 14 dias vida. Os mais neuróticos defendem que desde o ovo o filhote já percebe o canto pelas vibrações sonoras. Exageros à parte, há consenso, entre os criadores mais experientes, quanto ao primeiro mês de vida ser decisivo no processo. Quando um filhote é separado da mãe, já está vetorizado. A partir daí, pouco se poderá fazer para que melhore seu desempenho canoro.

Sempre ouviremos relatos de um filhote que veio de um criatório onde o canto era o vi-vi-te-teu, já com 90 dias de vida, e encartou o paracambi. Nunca poderemos fazer da exceção a regra. Fenômenos inexplicáveis acontecem vez ou outra.

Há, ainda, que ser considerado o instinto natural do pássaro, que o motiva a tentar aprender e executar o dialeto cantado na nova comunidade. Nos referimos, naturalmente, a uma comunidade com vários curiós cantando um mesmo dialeto. Nem consideramos a possibilidade de uma bateria de canto clássico nas prateleiras de um criatório.


O manejo coletivo de filhotes é comprometedor para o processo de ensinamento do canto, ainda que não ouçam galadores com canto deficiente ou fêmeas solteiras. A reunião de filhotes em um mesmo ambiente os distrairá da instrução de canto e logo o corrichado de um interferirá no aprendizado dos demais. É pouco provável que um filhote mantido nessas condições venha a apresentar um bom desempenho no canto clássico.

O manejo ideal é individualizado. A fêmea galada deve ser levada para um ambiente acusticamente isolado, onde não ouça nada além da instrução de canto. Os filhotes separados da mãe seguirão: fêmeas para os gaiolões de recria e machos para o isolamento acústico individual.

Há criadores que têm investido na criação artificial dos filhotes, retirados das suas mães nos primeiros dias de vida, colocados em incubadoras e alimentados com a seringa. Essa prática, consorciada com o uso de cabines de isolamento acústico, tem resultado em um percentual maior de pássaros cantando o canto clássico com perfeição. Contudo, se mantida por muitas gerações, poderá comprometer a habilidade materna das fêmeas, como ocorreu com a avicultura de produção.


O cômodo isolado para receber a fêmea galada é a melhor opção, mas exige investimentos elevados e um espaço disponível cada vez mais difícil nas grandes metrópoles. A fabricação de cabines de isolamento acústico, com medidas que permitem a colocação de uma gaiola de cria para que, em seu interior, a fêmea efetue a postura e crie sua ninhada, é uma solução eficiente e com um custo menor. Vale lembrar que não existe cabine com isolamento acústico perfeito (recomendamos a leitura do artigo Cabines de Isolamento Acústico - Possibilidades e Limitações).

Há necessidade de acostumar a fêmea com essa instalação muito antes da estação reprodutiva. Caso contrário, ela poderá estranhar a cabine e efetuar a postura fora do ninho, não iniciar ou interromper choco. Algumas nunca se adaptam a esse manejo.




As cabines devem ser organizadas em um cômodo isolado do criatório, em um local onde não se ouça canto de pássaros ou seja ouvido apenas um mestre com canto perfeito. Uma cabine não poderá ser encostada a outra, caso contrário haverá transmissão sonora. No ambiente externo às cabines poderá haver sonorização com rádio sintonizado em estação FM, com a finalidade de minimizar quaisquer invasões sonoras nocivas. Nesse mesmo ambiente, poderão estar cabines para as fêmeas com ninhadas e individuais para pássaros em lapidação do canto. Reiteramos que se um pássaro cantar no mesmo ambiente onde estão as cabines, será ouvido pelos filhotes em seu interior. O isolamento funciona de uma cabine para outra e não do ambiente para o seu interior.

Outra questão fundamental é a qualidade do equipamento de sonorização. Algumas cabines produzidas comercialmente, por questão de custo, são equipadas com auto-falantes de péssima qualidade. O aparelho que reproduz a instrução de canto também deve ser de qualidade superior. A qualidade do som daquelas caixinhas fabricadas para uso em computadores, salvo raríssimas e caríssimas exceções, é do tipo "ninguém merece".

O emprego de curiós mestres de canto é um facilitador do processo de vetorização. Certamente o filhote terá mais facilidade para aprender um canto ouvindo um curió adulto. Poucos criadores, no entanto, se valem desse expediente. Em primeiro lugar, pela dificuldade de encontrar um pássaro com canto perfeito e com personalidade adequada ao ensinamento de filhotes. Em segundo lugar, por estar mais do que comprovada a possibilidade de aprendizado dos curiós a partir de lições de canto. A favor do emprego de lições de canto ainda pesa o fato de que sua execução é rigorosamente igual, sempre com a perfeição estabelecida no momento de sua gravação. Um professor de canto não executará todas as suas cantadas com perfeição. Por melhor que seja, em determinados momentos suprimirá notas ou cortará cantos. Com o passar dos anos, a qualidade do seu canto diminuirá.


Para os que têm disponibilidade de um curió com excelente qualidade de canto, um manejo muito adequado é a sua manutenção no ambiente em que ficam as cabines com os filhotes em aprendizado. O canto do mestre será ouvido pelos filhotes no interior das cabines. O corrichado e os assovios dos filhotes não perturbarão o canto do mestre. Isso se deve ao fato de que o material absorvente acústico, que reveste internamente a cabine, absorve boa parte do som e dificulta a saída para o exterior. Há quem empregue esse método e mantenha a cabine, de um filhote por vez, com a porta aberta durante alguns minutos por dia, para que escute melhor o professor.


Mestre cantando no mesmo ambiente das cabines





A gravação da lição de canto que será passada para o filhote é decisiva para o aprendizado.


São muitas as lendas sobre CDs para ensinamento de filhotes. A mais desprovida de embasamento técnico é que a gravação só presta se o CD for original. Uma cópia com os recursos de computador pessoal poderia comprometer o aprendizado por gravá-la fora da frequência ideal. Isso é informação plantada por produtores de CDs para aterrorizar os passarinheiros, evitando duplicações. Depois de gravada no CD, a gravação digital não passa de uma sequência de zeros e uns (0 e 1) que é a informação que pode ser representada pelo bit (digito binário). Diferentemente do sistema analógico antigo, quando o sinal poderia assumir outro valor, inclusive os de chiados e estalidos.


Nos CDs profissionais, é elaborada uma matriz e a mídia é prensada. A área destinada ao bit é mais baixa ou mais alta, conforme signifique 0 ou 1. O feixe de laser do leitor passando sobre a trilha do CD vai ler 0 ou 1 e informando ao sistema. Nos CDs graváveis em computadores, no interior da mídia, há uma substância química sensível à luz do laser que reage à sua passagem durante a gravação, tornando-se mais ou menos reflexiva, conforme signifique 0 ou 1. Dessa forma engana o leitor do aparelho de som que pensará que a superfície é mais alta ou mais baixa. Naturalmente que esse processo está sujeito a falhas, principalmente em função da qualidade da mídia, e sua durabilidade também será menor. Se a gravação deu certo, o som que escutamos é o mesmo da gravação original. Se não foi boa a gravação, o CD não será reconhecido pelo aparelho de som ou parte da gravação não será reproduzida.


Não incentivamos, por forma alguma, a pirataria de CDs. Eles foram produzidos com alto custo e refletem um investimento comercial que busca retorno. E é assim que deve ser. Se não houver retorno dos investimentos, as empresas não estarão mais interessadas em novas produções e todos perderemos com isso. Mas comprar um CD original, extrair uma faixa de áudio e editá-la para uso pessoal conforme nossas necessidades é um procedimento legítimo.


Outra lenda conhecida é a de que devemos empregar uma gravação para ensinar o canto. Após certa fase mudar para uma gravação mais rica em notas. Empregar uma gravação para estimular o pássaro a repetir ou outra para melhorar o andamento e o balanço.


Em nosso entendimento, devemos ensinar para o filhote o canto como esperamos que ele cante quando for maduro. O mesmo conjunto de notas com o mesmo andamento, desde o primeiro dia. A questão da repetição é genética, mas, após termos certeza de que a entrada de canto foi assimilada, poderemos empregar uma gravação, do mesmo canto, com um maior numero de repetições. Não existe um artifício que possa induzir um curió a repetir além de sua predisposição genética. Individualmente, poderemos alterar a intensidade de alguma determinada nota do canto, quando observamos que o curió a está negando ou executando de forma muito discreta. Mas esse é outro caso.
Reflete a possibilidade de elaborarmos uma lição de correção específica para determinado pássaro.


Cada criador, segundo a sua experiência, terá a sua lição de canto adaptada as suas preferências. Citaremos alguns princípios que consideramos importantes no planejamento de uma gravação para ensinamento de filhotes.

Se o número de repetições for muito grande, o filhote irá memorizar apenas o módulo de repetição, por ter ouvido pouco a entrada de canto.

Se a gravação contiver cantadas com um canto e uma ou duas repetições, o filhote poderá memorizar o canto de entrada e o módulo de repetição como se o canto fosse. Quando for repetir, cantará a entrada e o módulo de repetição e, sem intervalo, repetira novamente o canto de entrada com o módulo de repetição, em um defeito conhecido como retorno de canto.

Consideramos adequada a gravação com várias cantadas com 3 repetições, algumas de com 5 e uma com 7.

Se o intervalo entre uma cantada e outra na gravação da lição for muito pequeno, poderá levar o filhote ao retorno de canto. Consideramos que um adequado intervalo entre cantadas deva ter de 30 a 45 segundos.


Pialados são importantes para chamar a atenção do filhote antes do início da cantada. Dessa forma estará atento ao início do canto. Em lições nas quais as pialadas não são inseridas é comum que os filhotes apresentem defeitos na entrada de canto, iniciando a cantada com a falta das primeiras notas do canto de entrada. Em nossa opinião, as pialadas devem estar entre 7 e 4 segundos antes do início da cantada.

A elaboração de lições de canto está ao alcance de qualquer pessoa que disponha de um computador com gravador de CDs. Há vários programas de edição de áudio. Alguns de distribuição gratuita.

Consideramos a melhor opção o Sony Sound Forge que pode ser obtido em versão de avaliação pelo prazo de 30 dias. Para quem desejar conhecer os recursos desse programa está disponível um manual em português da versão 7.0.

Uma outra questão sobre a qual não há consenso é o tempo em que o canto deve ser executado e o intervalo em que deve haver silêncio. Se o canto for executado continuamente o filhote se desinteressará por ele, ficando refratário à lição de canto. Se o intervalo em silencio for demasiado, o filhote permanecerá pouco tempo ouvindo o canto. Consideramos que 20 minutos de canto e um intervalo de 30 minutos de silencio é manejo bastante adequado. Isso pode ser determinado na elaboração da lição de canto, gravando-se 20 minutos com cantadas e pialados e 30 minutos com som de água. Esse método dispensa o uso de timer. O CD player tocará o CD com a lição de canto no modo de repetição e o intervalo será determinado pela gravação do som de água. Além de dispensar o uso timer, esse método evita o liga/desliga do aparelho de som, que reduz sua vida útil. O som de água é estimulante para os pássaros.


Costumamos empregar CD players automotivos alimentados com fontes que transformam a tensão da rede elétrica de 220 ou 110 Volts em 12 Volts e auto-falantes triaxiais. As lições rodam na programação continua do aparelho, que pode ser ligado a um timer analógico, iniciando e desligando em horários determinados.
Encontramos nessa adaptação a melhor relação custo/qualidade de áudio.

Temos de nos preocupar com o ambiente em que ficam os pássaros recriados isoladamente e fora das cabines de isolamento acústico. Ambientes fechados ou com paredes revestidas por cerâmica são terríveis para causar reverberação no som, comprometendo o aprendizado.

O assunto não pode ser esgotado em algumas poucas páginas.

Ainda há muito que ser compreendido sobre o ensinamento de canto.

Devemos continuar estudando e divulgando nossas experiências na busca pelos melhores resultados

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Criatório de fêmeas solteiras e galadas.

Bom dia leitores.

Hoje estamos felizes, porque começamos a construção dos criatório das fêmeas solteiras e galada.
Aguarde em breve fotos das alas das fêmeas solteiras e galadas.

Grato pela sua ateção.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Preservando o curió e sua historia



Boa noite queridos leitores.

Uma avezinha tão pequenina e de canto imponente e forte.

Esse é o curió. Um pássaro que encanta pelo valor musical e que cada vez mais, ganha adeptos iteressados em criá-lo.

Esses pequenos pássaros são originários do litoral sul paulista, mais precisamente, da cidade de Praia Grande, na Baixada Santista.

Na verdade, o curió é um pássaro selvagem, mas hoje é criado em cativeiro, desde que com a devida aprovação do IBAMA.

Com o passar dos anos, e com tantos adeptos surgindo, resolveram montar um clube, onde pudesse ser um ponto de encontro para troca de informações sobre essa ave e para a realização de torneios.

Surgiu então, o Clube dos Criadores de Curiós de Santos, em 13 de setembro de 1970.

Segundo o Sr. Walter, que é um dos sócios do Clube e grande conhecedor desse pássaro, os torneios de curiós são feitos para avaliar o melhor canto, pois o valor desse pássaro não está em sua beleza, mas sim no canto. Somente um criador sabe avaliar um bom canto de um curió e para que ele seja um bom cantor quando adulto, ele terá que começar desde cedo a ser treinado.



Só o macho canta, as fêmeas só gorjeiam, e por isso, fica muito fácil distinguir um macho de uma fêmea.



A fêmea tem as penas marrom claro e acastanhadas. Ela choca por 12 dias até os filhotes nascerem, e depois de outros 12 dias, os filhotes começam a largar o ninho para começarem a arriscar umas gorjeadas. Eles não devem permanecer ao lado da mãe, senão, não aprenderão a cantar.

Os filhotes devem ser colocados perto de seus pais, cantadores experientes, mas os criadores hoje, preferem usar um CD de canto de curió, chamado Praia Grande, e de nome Ana Dias, que é de propriedade de Olivio Nishiura, e que foi produzido para que os curiós atingissem total perfeição de canto.

Esse CD está à venda nas aviculturas e também no Clube dos Criadores dos Curiós, por um preço mais em conta que nos demais locais.

A obrigação do registro

Todo curió tem que ser adquirido de um criador, pois somente os criadores é que têm o registro de cada um no IBAMA.

Os curiós ao serem registrados, terão um número de anilha, o nome da mãe e do pai e se quiserem, podem ter um registro de um nome.

Ao comprar o curió de um criador, ele obrigatoriamente deverá lhe dar um documento que é a identificação do pássaro, com todos esses registros descritos. Essa será a sua segurança para ter a certeza que não está comprando uma ave ilegalmente e que isso pode acarretar em prisão inafiançável e principalmente, para mostrar que ela tem pedigree, e por isso, um valor mais alto, explica o Sr. Walter.



A lei e o ibama

O curió é um animal protegido por lei, seu comércio é ilegal mas sua criação não é. Esta ave tem sido aniquilada e está desaparecendo da natureza em conseqüência dos desmatamentos desenfreados, a poluição de rios e lagoas, e a ação de agrotoxicos presentes nas plantações. Veja o que diz o IBAMA sobre a criação de animais da fauna brasileira em cativeiro para finas comerciais A criação de animais da fauna brasileira em cativeiro para fins comerciais ou econômicos, previstos na Portaria IBAMA Nº 118-N e 117-N, ambas de 15/10/97. A criação e manutenção de animais silvestres em cativeiro para fins científicos, comerciais, educacionais e conservacionista é regulada através instrumentos legais que visam a normatização das atividades em consonância com as leis de proteção à fauna nativa.

A criação com finalidade comercial é normatizada pela Portaria nº 118-N de 15/10/97, sendo a comercialização regida pela Portaria nº 117 de 15/10/97. A utilização da fauna silvestre exige um plano de manejo e criação baseado em pesquisa e no real conhecimento de cada espécie em foco, assegurando assim, o sucesso reprodutivo, de crescimento, econômico e conservacionista.

A importância da vida silvestre para o homem tem-se acelerado a medida que a ciência adquire novas tecnologias em busca da melhoria da qualidade de vida das sociedades humanas. No entanto, a visão tradicional da valoração econômica aplicada aos recursos faunísticos encontra, em nossos dias, problemas de ordem ideológica defendida, principalmente, por aqueles que rejeitam a visão antropocêntrica de que a humanidade é o centro de tudo que tem valor e que as outras criaturas só têm valor enquanto nos servem. Nesse sentido, o manejo de fauna sob uma visão mais moderna leva em consideração não só argumentos econômicos, mas também, fatores relacionados à conservação da natureza. Nas últimas décadas, alguns criadores têm redefinido seu papel no mundo da conservação, não mais preocupando-se em simplesmente colecionar animais, mas também, de criar com fins conservacionistas.

Ainda assim, alguns pontos de discussão permanecem abertos, como problemas de ordem genética e comportamental dos animais criados em cativeiro em relação ao possível sucesso diante de uma tentativa de repovoamento em uma área natural. Seja qual for o tipo de criação e seus objetivos, a normatização das atividades, principalmente aquelas relativas à comercialização de animais vivos, assume papel primordial por reprimir a ilegalidade, o que traduz uma prioridade, se considerarmos que tal ilícito é fator de destaque quanto ao status de ameaçado de sobrevivência para muitas espécies de nossa fauna. Entre as muitas espécies de interesse para a criação, destacam-se aves canoras como bicudos e curiós, altamente apreciadas pela excelente qualidade do canto, associados à sua elegância e conhecimentos já adquiridos de manejo em cativeiro.

Recomendações

Boa noite leitores.

A criação de curiós de alta qualidade pressupõe 3 componentes básicos:

1.GENÉTICA/ origem das matrizes
2.PROCESSO DE CRIAÇÃO/ manejo voltado para o canto
3.PROCESSO DE EDUCAÇÃO

1. GENÉTICA
Prefira casais que já tenham produzido bons resultados ou que pelo menos sejam descendentes, ascendentes, irmãos ou irmãs de Curiós que tenham se destacado. Após longos estudos e anos de prática na criação de curió, cheguei a seguinte conclusão, é impossível criar um curió campeão sem um estudo profundo de sua: genética, fenótipo e comportamento, pois é, só assim que conseguimos traçar mapas de reprodução.

Em minha criação, consegui fazer o mapeamento genético de todas as matrizes, e assim, tornado menos árdua a difícil escolha de com que macho cobri-las, ainda não definimos quais são os genes ligados à voz, e a repetição, mas estamos cada vez mais perto.

Comece com bases sólidas, só assim, no decorrer dos anos você terá uma linhagem definida, não obstante casais que não tenham nenhum padrão genético reproduzam bons filhotes, isto é exceção!

O Curió aprende a cantar após o nascimento, ou seja o tipo de canto do Curió NÃO é passado geneticamente. Assim filho de um excelente Curió pode aprender a cantar um canto defeituoso, bem como o filho de um Curió com canto defeituoso pode aprender a cantar com perfeição desde que, ele nunca ouça o pai nem qualquer outro canto defeituoso, nem sequer por 5 minutos. Lembre-se que os pássaros ouvem cerca de 10 vezes mais do que nós, e, dependendo do local, são capazes de ouvir outro curió à 100 metros de distância ou até mais, por isso os cuidados no local de criação são muitos.

2. Processo de criação
No mínimo 60% da responsabilidade no sucesso da formação de um Curió de alta qualidade depende do CRIADOR, entre outros motivos porque cientificamente as bases do futuro canto são aprendidas principalmente entre o terceiro e o décimo sétimo dia de vida. Os 40% restante divide-se em genética e saúde.Nesta fase, ouvir as fêmeas solteiras, outros filhotes, pequenos defeitos em qualquer cantada do pai ou qualquer outro Curió, mesmo que, ao mesmo tempo esteja ouvindo a fita ou disco ou CD para o aprendizado, poderá influenciar o filhote de forma negativa e irreversível por toda vida. Quem quiser criar Curiós de alta qualidade deve contar com 4 ambientes suficientemente distantes ou isolados acusticamente:

Um ambiente para o macho galador (o macho só deve ser trazido para galar as fêmeas mesmo que seu canto seja perfeito).

Outro ambiente paras as fêmeas solteiras (sabe-se que muitas fêmeas não galadas cantam e mesmo as que parecem não cantar, costumam faze-lo bem cedinho, pouco antes de amanhecer), pois o canto das fêmeas poderá afetar o canto do filhote.

Outro ambiente onde ficarão as fêmeas galadas, chocando e criando os filhotes.

Outro ambiente para os filhotes “desmamados”.

Alimentação dos filhotes

Não se usa mais alimentar os filhotes com larvas, aranhas, cupins, etc. para facilitar a vida do criador e melhorar à saúde dos filhotes utiliza-se a ração própria para Curiós, que é vendida a preço acessível em baldes, próprios para criadores. As fêmeas poderão ser acostumadas com esta alimentação após a mudas de penas, suspendendo qualquer outra alimentação e misturado a gema de ovo ralada à ração para que fique mais úmida e mais ao gosto das fêmeas. Os filhotes do próximo ano e portanto as novas fêmeas já nascerão habituadas à nova alimentação que deverá ser oferecidas com mais uma opção à todos os Curiós.

Como melhorar a saúde e a resistência das fêmeas

Em maio/junho, após terminarem a muda de penas, as fêmeas poderão ser soltas, todas juntas, num grande viveiro, parcialmente coberto ou que possa ser coberto todas as noites para que fiquem expostas às variações da natureza tais como: sol, chuva, vento, calor, etc.…Isto reativará ou aumentará a resistência natural das fêmeas, fortalecendo-as para o próximo período de postura e parte desta melhora na saúde, será transmitida geneticamente para os filhotes.

Valorização dos filhotes

Quanto ao pai

Como a preferência dos curiozeiros mais e mais tem sido por Curiós repetidores e acreditando-se que a característica de repetição é transmitida geneticamente pelos machos adultos, parece lógico que o criador deve preferencialmente possuir um macho galador REPETIDOR, mesmo que o canto seja de baixa qualidade (lembre-se que o macho só deve ser trazido para o ambiente das fêmeas para galar e após levado para a outra casa distante o suficiente para NUNCA ser ouvidos pelos filhotes). É interessante para o criador que o macho galador tenham mais de 4 anos de idade.

Quanta á mãe

É interessante o criador possuir fêmeas de origem e genética comprovadas de repetição e nunca fêmeas silvestres (cada macho normalmente tem condições de acasalar-se com até 15 ou 20 fêmeas) que sejam mães de curiós com ótimas voz e preferencialmente também repetidoras. Irmãs ou filhas de curiós repetidores e com ótima voz, netas ou bisnetas, avós, bisavós e outros graus de parentesco de curiós repetidores e com ótima voz.

Cantos Regionais mais conhecidos

VITEU (Bahia) - VI VI TE TEU (Pernambuco) - VOVO YIVIU (Alagoas) - PARACAMBI (Rio de Janeiro) - CATARINA (Santa Catarina) - TIMBIRA (Maranhão) - PRAIA GRANDE (Litoral de São Paulo)


OBS: Alguns criadores experientes anualmente adquirem machos e fêmeas de outros criadores, a fim de, aprimorar sua genética e evitar a consangüinidade.

A fita, cd ou disco

Todo criador deve tocar a fita, CD ou disco da modalidade de canto de sua preferência. Também é imprescindível o aparelho de som estar conectado com um TIMER possibilitando um melhor controle do tempo de funcionamento do aparelho e evitando, assim o Strees do som intermitente e preservando a vida útil do aparelho. Lembre-se que quando entramos em um local com som ambiente, à princípio percebemos o som e após algum tempo, não notamos mais. O tempo de silêncio serve para que o Curió volte a perceber o canto quando a fita voltar a tocar. Para diminuir a possibilidade dos Curiós ouvirem algum outro canto que lhes estrague o aprendizado, recomenda-se que se ouça rádio, TV ou qualquer outro som ininterruptamente, de manhã até à noite.

Tudo isto também vale para os educadores do filhote e deverá ser usado por toda a sua vida, para que queiram MANTER UM CURIÓ DE QUALIDADE. Procure informações com grandes criadores de curiós de canto, pois eles tem montagens de canto próprio para ensinar os filhotes. Evite as fitas comercias, elas voltadas são para divulgação do canto e não para aprendizagem dos filhotes. Caso a pessoa possua um curió mestre, o desgaste no aprendizado dos filhotes será bem menor, pois o filhote sempre dá preferência a um canto ao vivo e original do que a um som gravado. Deve-se deixar o mestre cantar para o filhote e nunca o filhote cantar para o mestre, cuidado para sobrecarregar o mestre com muitos filhotes.

3.Processo de educaçaõ dos filhotes

São 3 os estágios de aprendizado:

1. Engriza ou churria

2. Marcar notas

3 Assobia

Tão logo o filhote aprenda comer sozinho, ele dever ser colocado na sua gaiola (preferia gaiola núm. 5, que possibilita ao pássaro mais espaço para voar e não apenas pular com nas gaiolas menores, facilitando a capacidade pulmonar e portanto de CANTAR e REPETIR) e levado para um ambiente onde ouça unicamente a fita, Cd ou disco (lembre-se que dificilmente encontramos um MESTRE que vez por outra não apresente alguma falha e, como as crianças, o Curió aprenderá mais facilmente as “besteiras”).

Recomenda-se nos primeiros 30 dias após o “desmame” ou até comerem a marcar notas, tocar de 30 em 30 minutas a fita, CD ou disco , sem repetição facilitando assim o aprendizado do BÊABA do canto Praia Clássico. Quando ele começar a marcar notas (uma espécie de churriado porém com “altos” e “baixos”) pode-se ficar à distância ou gravar a marcação de notas dele para depois ouvir, analisar e tentar detectar quais as NOTAS que faltam. Lembre-se que ele deve aprender as 7 NOTAS do canto Praia, mesmo que elas estejam fora da seqüência correta. Caso falte alguma nota, o EDUCADOR deve providenciar uma fita especial que dê ênfase à nota que falta e tocá-la alguns dias, apenas o suficiente para ele aprender e incluir a nota que falta, o que normalmente ocorre no máximo em 25 dias.

Logo após, esta fita especial e específica para este aprendizado NÃO deve ser mais utilizada, para que o curió não aprenda a cantar dando ênfase em uma determinada nota. Caso o educador tenha mais pardos, o filhote que começar a marcar nota deve ser deixado longe dos demais que ainda estão churriando, porque senão os demais “amarrarão” a sua evolução. Isto se deve ao fato de que todos os Curiós tende à ir para o canto mais fácil e neste caso, permanecer churriando, é mais fácil do que marcar notas.

O Curió deve ser mantido no seu “prego” até a MUDA DE NINHO, que ocorre por volta dos 4 meses de vida.

Neste período ele não deve ser tirado de casa, nem colocado na janela, nem estimulado a cantar, nem passear de carro nem mesmo para mostra suas qualidades para os amigos. ESTE É UM PERÍODO CRÍTICO DE APRENDIZADO e, mesmo colocá-lo na janela de casa pode estimulá-lo a cantar muito cedo e portanto facilitando a IMPERFEIÇÃO.

Também NÃO se deve usar a CAPA para calar o Curió, basta usar o controle das cortinas de casa para mantê-lo em local não muito escuro, nem muito iluminado. Lembre-se que o Curió muito “churrizador” normalmente tem mais dificuldade em aprender canto, portanto não se preocupe se o seu filhote não estiver churriando muito.

Ambiente

Não é recomendável deixar o Curió em cozinhas, banheiros ou outros locais revestido com azulejos porque tenderão a cantar com voz metalizada e/ou estridente, devido as característica de não absorção do som e produção do eco. Devemos também preferir ambientes com móveis, cortinas, tapetes etc.… que “suavizarão” o som ouvido e portanto aprendido pelo Curió.


Como o som se propaga de baixo para cima (note que se ouve muito mais os sons do apartamento abaixo do seu do que está acima do seu), ricocheteando nas paredes. É recomendável que as caixas acústicas estejam o mais próximo possível do piso (no máximo à 50 cm do chão) e o alto falante NÃO deve ser direcionado diretamente para gaiola.

Quanto ao volume (altura) do som, recomendo que esteja cerca de um terço do volume normal que um Curió mestre estaria cantando. O ambiente deverá possibilitar ainda que o Curió acorde e adormeça nos horários da natureza (não é bom fazer o Curió dormir após o anoitecer ou deixá-lo em local onde haja TV ligada, pessoas falando e etc.…)

Uma célula fotossensora no aparelho de som é muito útil. Porque o Curió acorda ao amanhecer, o som automaticamente será ligado e ao contrário se desligará ao anoitecer , quando o pássaro for dormir.

Alguns curiozeiros, acreditando que o curió aprende o canto também pelo seu inconsciente instalam também no aparelho de som um “TIMER DE PINO”, destes usados para acender e apagar as luzes automaticamente, e programam 30 minutos de canto que são tocadas por exemplos entre 2:30 e 3:00 da manhã ou qualquer outro horário em que as pessoas da casa já estejam dormindo e não tenham o seu sono incomodado.

Muda de pardo

Após cerca de 4 meses a partir do seu nascimento, o filhote fará uma muda rápida de penas que chamamos MUDA DE PARDO. As mudas de penas anuais ocorrerão então mais ou menos 12 meses à partir desta muda de pardo. Após a muda de pardo, o Curió deverá ser colocado na VOADEIRA por 20 dias, para que possa voltar ao seu estado atlético, já que na muda o curió passa por um processo de letargia e após este período levá-lo para passear. Se não for possível levá-lo passear, deixá-lo dentro do carro por algum tempo ajudará no seu desenvolvimento (não esqueça de deixá-lo à sombra e com boa ventilação). Quanto mais se “mexer”com o Curió, mudando-o constantemente de um ambiente para outro, melhor.

Curió preto

Após ficar completamente preto, o Curió poderá ao melhorar significativamente o seu canto e mesmo assim, tendo aprendido um canto eletronicamente, ele poderá a perder gradualmente algumas notas do seu canto.

Infelizmente não é verdade a afirmação de que “ na muda de pena vou melhorar o canto do meu curió” porque, se depois de preto já tem uma imensa dificuldade para melhorar o canto, o Curió aprende canto demandando, ou seja, cantando e ouvindo outro Curió. O problema é que entre 2 Curiós demandando, o que possuir canto melhor (e portanto mais difícil) tenderá a “copiar” o canto do outro Curió, pois é mais fácil para ele cantar.

Curió pretos que “PERDERAM” notas

Alguns Curiós que cantavam o canto completo e que “perderam” alguma nota foram recuperados da seguinte forma:

Colocar junto da sua gaiola uma outra gaiola com uma fêmea.

Aumentar o volume da fita, CD ou disco, porque quando o curió está “quente” ele presta muito mais atenção à fita.

Após 2/3 dias, separá-los novamente.

Com a separação, o curió ficará extremamente nervoso e provavelmente cantará “errado” por3 / 4 dias. Não se preocupe porque depois, gradualmente ele se acalma e AS VEZES volta à cantar COMPLETO, inclusive com a nota que havia sido desaprendida.

Quando for trocado a fita

Por diversas razões, às vezes o curiozeiros pode querer trocar a fita, se após a mudança, o curió começar a “cortar” o canto e continuar assim até o 2/3 dia, deve-se voltar a fita anterior porque, por alguma razão, o curió não aceitou a nova fita.

Gravando o próprio curió para ele mesmo ouvir

Por alguma razão, ainda não compreendida por nós, TODAS as tentativas de gravar o canto determinado curió para ele mesmo ouvir, tem sido DESASTROSAS. Mesmo quando canta perfeito, o curió ao ouvir uma fita dele próprio, vai perdendo gradualmente a qualidade do seu canto porem, a fita do canto de seu curió poderá ser tocada para ensinar outro curió e Ter o mesmo efeito das fitas comerciais ou até melhor tudo depende da qualidade do canto de seu curió assim como da gravação (consulte um juiz de canto).

Quem estiver atento, perceberá que muitos curiozeiros mantém SÁBIAS cantando junto com seu Curió.

LEMBRETE: quem quiser manter curiós com qualidade de canto NÃO deve ter outros pássaros, à exceção da sabiá.

Aparelho respiratório

O Curió possui 9 sacos aéreos que devem ser constantemente exercitados. Por isso quando um Curió manso fica voando de um lado para outro na gaiola, parecendo assustado, ele está na verdade tentando não atrofiar a sua capacidade de voar e todas as funções ligadas aos 9 sacos aéreos, que incluem a capacidade de respirar e de cantar.

Assim sendo, recomendo colocar o curió em uma VOADERIA (espécie de gaiolão de criação, porém com a parte superior abaulada) logo após completarem a muda de penas e deixar ali até o início da época dos torneios. No início deste processo, é infelizmente normal que o curió não consiga voar mas, tão logo ele readquira esta capacidade, convém deixá-lo na voadeira apenas com dois poleiros, um em cima com comida e outro embaixo com a água, para forçá-lo a exercitar vôo. São conhecidos casos onde curiós que foram repetidores e deixaram de repetir, readquiriram esta qualidade quando exercitados na voadeira por um período compatível como tempo que ficaram digamos “atrofiados”. O curió aspira nos QUIM QUIM e expira nas batidas de praia TUÉ TUÉ. Por isso quanto mais batidas de praia um curió emitir, melhor a sua capacidade pulmonar.